A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) manifestou preocupação com as irregularidades e limitações democráticas observadas nas recentes eleições realizadas na Tanzânia, denunciando casos de repressão política, restrição à liberdade de imprensa e intimidação de eleitores e opositores.
O especialista em relações internacionais Manuel de Araújo defendeu uma resposta firme da SADC, incluindo a possibilidade de sanções políticas e económicas e até mesmo a suspensão temporária da Tanzânia do bloco regional, caso o país não adote medidas para restaurar a transparência e o respeito pelos direitos humanos.
“A SADC deve ser coerente com os seus próprios princípios. Não pode fechar os olhos diante de eleições marcadas por manipulação, censura e violência. A democracia na região corre sério risco se situações como esta forem ignoradas”, afirmou Araújo, em entrevista à DW África.
As observações preliminares de missões de observadores regionais e internacionais indicam que o processo eleitoral tanzaniano foi caracterizado por falta de equidade, repressão de manifestantes e restrições às liberdades civis, o que levou à contestação dos resultados por parte de grupos da sociedade civil e partidos da oposição.
O especialista moçambicano sublinhou ainda que a credibilidade da SADC depende da sua capacidade de agir com firmeza diante de violações democráticas dentro dos seus Estados-membros, lembrando que o silêncio institucional pode ser interpretado como cumplicidade.
A crise pós-eleitoral na Tanzânia já gerou protestos em várias cidades, com manifestantes exigindo novas eleições e respeito à vontade popular. A comunidade internacional acompanha o desenrolar dos acontecimentos com crescente preocupação.





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